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Reflexões

Raquel Nascimento Gomes

Ao pensar nas teorias do autor Bakhtin na atual configuração sócio-histórica em que estamos inseridos e sua respectiva contribuição às ciências humanas, questiono-me: Qual a necessidade da palavra no mundo contemporâneo?

O homem em seu processo de humanização rabiscou as paredes de uma caverna na intenção de comunicar-se com o outro a partir desse momento histórico a linguagem incorporou-se nas culturas do mundo. Especificamente na sociedade ocidental, a forma de expressão escrita foi elegida como a mais elaborada entre as outras linguagens.

O homem ocidental registrava o alfabeto, encadeavam-os em sistemas lógicos, sintagmas que ainda hoje possibilitam a compreensão do pensamento de determinado povo em determinada época, pois, ao promover estruturas de comunicação para um destinatário produzia-se uma unidade textual denominada enunciado na qual se presentificava permeada de outros textos, como um tecido entrelaçado por linhas costuradas ao longo da história humana.

Logo, a palavra situada no contexto do enunciado trás consigo vozes do antepassado – polifonia – verificado na produção textual do presente, criando uma relação intratextual que confere à memória do homem não somente uma percepção sócio-histórica da sua cultura mas o reflexo de uma forma de conceber o mundo através da interação com a produção escrita da cultura ocidental – a qual é entendida aqui como emaranhado simbólico de signos ora heterogêneos ora homogêneos entre as culturas de visão eurocêntricas.

Assim justifica-se o direito à aquisição da palavra ao ser humano da contemporaneidade já que quando ele está inserido em um enunciado torna-se unidade de comunicação que é necessária para interação com o outro, este é responsável para que o indivíduo se reconheça como agente de um meio cultural, histórico, existencial. Ao lhe negar este direito fundamental, estamos delimitando as potencialidades do homem animal em tornar-se ser humano privando-lhe da comunicação por meio da palavra, assim como observamos no personagem Fabiano do autor Graciliano Ramos no livro: Vidas secas.

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