Liani Fernandes de Moraes
Este texto trata da influência dos protogêneros orais sobre o romance pós-modernista, evidenciando as maneiras pelas quais as marcas prototípicas dos gêneros matriciais permanecem no gênero romanesco atualizado, o que se confirma a partir da análise e da identificação de pontos remanescentes de suas raízes histórico-literárias.
Ao analisar a teoria do romance de Mikhail Bakhtin observa-se que o autor apresenta sua visão do gênero romanesco como um dos produtos da evolução dos protótipos orais, com suas características marcantes do folclore popular, do riso e do plurilinguismo. Segundo ele,
[...] o romance se formou e se desenvolveu precisamente nas condições de uma ativação aguçada do plurilinguismo exterior e interior. Este é o seu elemento natural. É por isso que o romance encabeçou o processo de desenvolvimento e renovação da literatura no plano lingüístico e estilístico (BAKHTIN, 1988, p. 405).
Por ser uma mescla híbrida de outros gêneros, a prosa romanesca agregou elementos de unidade, complementaridade e diferenciação pela contribuição dos protogêneros, logrando sobreviver e evoluir como o mais importante de todos os gêneros discursivos.
Um dos protogêneros romanescos, o diálogo socrático não constitui propriamente um gênero retórico, ainda que faça uso de elementos da Retórica, como o debate sobre a verdade. Todavia, ele se desenvolve em base carnavalesco-popular, tendo sido marcado, especialmente em seu estágio oral, por elementos da cosmovisão carnavalesca, em que as inversões e distorções das festas carnavalescas são transpostas para a literatura dentro do processo de carnavalização.
Em sua fase literária, o diálogo socrático se firmou como um gênero confessional ou memorialístico, que consistia de lembranças das palestras de Sócrates segundo uma organização narrativa. O diálogo socrático é, pois, eminentemente dialógico por basear-se na concepção socrática de que a verdade só se pode revelar mediante o confronto pressuposto pelo diálogo. Tal visão revela não haver uma única verdade, acabada, oficial e monológica. O objetivo do gênero era extrair do interlocutor suas visões e opiniões por meio dos procedimentos de anácrise e síncrise, de modo a chegar à culminância do processo de convencimento pela conversão do pensamento em diálogo, predominando, assim, a posição do interlocutor capaz de argumentação mais efetiva.
Do mesmo modo que para o diálogo socrático é mais importante a busca da verdade do que a verdade acabada, também o romance pós-moderno apresenta-se como terreno para a experimentação de verdades, em que o embate de vozes define não apenas o fenômeno do plurilinguismo como o processo de inacabamento.
Já a sátira menipeia, impregnada igualmente da cosmovisão carnavalesca, constitui a raiz histórica propriamente dita, a partir da qual evoluiu a prosa literária européia moderna. Embora não seja considerada como um subproduto genuíno da decomposição do diálogo socrático, a menipeia firma-se como o mais importante protótipo da literatura romanesca moderna, depois que o diálogo socrático perdeu força como gênero.
A cosmovisão carnavalesca da menipeia tem a ver com o substrato de ruptura e renovação da vida do carnaval transposto para todas as esferas do viver e do criar humanos, o que inclui a literatura e seus protótipos. Por conter elementos de transgressão autorizada, além de outros ligados à cosmovisão carnavalesca, a menipeia carrega em si aspectos peculiares da carnavalização, também presentes no romance da pós-modernidade.
Como produto de gêneros em evolução, não há nem uma linguagem nem um estilo únicos no romance. Para Bakhtin (1988, p. 384), “[...] todos estes processos de mudança e renovação da língua nacional refletidos pelo romance não apresentam um caráter linguístico-abstrato: eles são inseparáveis do conflito social e ideológico, do processo de formação e renovação da sociedade e do povo”, o que implicou no desmoronamento do mundo linguístico ptolomaico, de caráter único e fechado, espaço agora ocupado pelo mundo plurilinguístico, galileano e aberto” (Idem, p. 382).
Um dos elementos presentes nos protótipos e no romance contemporâneo é o cotidiano e seus componentes tomados como objeto artístico. Tal característica de familiaridade une o romance pós-modernista à menipeia, onde se vão revelar, por meio do confronto de vozes, realidades individuais e sociais subvertidas.
Tanto no diálogo socrático como na menipeia, e também no romance pós-modernista, o homem se revela na profundidade de sua personalidade e de seu pensamento, buscando persuadir e provar sua “verdade”, ainda que esta seja uma verdade “às avessas”. Ao lado do elemento absurdo-cômico presente nos protogêneros, existe o riso abafado do romance atual, no qual se observa, paradoxalmente, a presença do aspecto místico-religioso, em que muitas vezes se podem observar os chamados “personagens no limiar”, que convivem neuroticamente em ambientes movediços como eles próprios, e nos quais nada é o que aparenta ser. Nesses gêneros o enredo se constroi, portanto, a partir de situações extraordinárias, em ambientes habitados por indivíduos em confronto e tensão, equilibrando-se na fronteira tênue que separa sanidade e loucura.
Vale lembrar que o diálogo socrático foi a matriz responsável pela introdução na literatura européia da figura do herói-ideólogo, comum posteriormente também à sátira menipéia, e que permanece no romance da pós-modernidade. Os heróis-ideólogos são as personagens que, no romance pós-modernista, buscam a verdade, chegando, durante e ao final do processo, à tomada de consciência em relação a si mesmas e à realidade circundante, emergindo transformadas da realidade caótica que lograram enfrentar.
Assim, a experimentação de planos opostos configura a possibilidade de abertura para a regeneração: no meio do caos e do sofrimento pode-se entrever a fresta de luz capaz de revelar um novo homem e uma nova vida, purificados ambos do mal. Tal processo de renovação presente na menipeia e no romance da contemporaneidade é revelador da cosmovisão carnavalesca dos dois gêneros, segundo a qual, vida e morte, aniquilação e renascimento cumprem um ciclo obrigatório. Sobre esse processo de carnavalização, fala Bakhtin (1988, p. 316): “Era preciso contrapor ao escatologismo um tempo produtivamente fértil, um tempo medido pela construção, pelo crescimento, e não pela destruição.” O inferno carnavalizado e o posterior renascimento têm, portanto, uma função artístico-ideológica, característica do cronotopo da crise e da mudança de vida, também chamado de cronotopo da soleira ou do limiar. Ainda segundo o autor:
[...] rompem-se (ou pelo menos se debilitam por um instante) as “cordas podres” da mentira oficial e individual e revelam-se as almas humanas, horríveis como no inferno ou, ao contrário, radiantes e puras. Por um instante as pessoas se vêem fora das condições habituais de vida, como na praça pública carnavalesca ou no inferno, e então se revela um outro sentido – mais autêntico – delas mesmas e das relações entre elas (BAKHTIN, 2005, p. 146, grifo do autor).
Como na menipeia, o romance moderno é marcado por uma politonalidade narrativa, em que o sério, o cômico, o irônico, o sublime e o vulgar mesclam-se alternada ou simultaneamente. É também nesse protótipo que aparece pela primeira vez, segundo Bakhtin, (2005, p. 116-117), “[...] aquilo a que podemos chamar experimentação moral e psicológica, ou seja, a representação de inusitados estados psicológico-morais anormais do homem – toda espécie de loucura (“temática maníaca”), da dupla personalidade, do devaneio incontido, de sonhos extraordinários, de paixões limítrofes com a loucura”. É de se notar que tanto na menipeia como no romance coincidem, segundo o teórico russo, “[...] as cenas de escândalos, de comportamentos excêntricos, de discursos e declarações inoportunas, ou seja, as diversas violações da marcha universalmente aceita e comum dos acontecimentos, das normas comportamentais estabelecidas e da etiqueta, incluindo-se aí também as violações do discurso” (Idem, p. 117).
Outra das características comuns é a presença de gêneros intercalados, como o discurso paródico da ciência além dos diálogos entre textos bíblicos originais e seus contrapontos dessacralizados. Para Bakhtin, (2005, p. 115, grifo do autor), é a menipeia o gênero das “últimas questões”, as mesmas que conduzem a uma nova visão dos indivíduos e à destruição da integridade e da perfeição humanas, terreno no qual dialogam o homem e a sua consciência.
Tanto nos protótipos como no romance atual, pela vivência de situações que violam o curso natural dos acontecimentos e das normas de conduta, convivem múltiplas e opostas visões de mundo, de pensamentos e verdades, o que justifica os contrastes agudos e os oxímoros reveladores das posições instáveis dos sujeitos bem como as transformações inesperadas, as expressões carnavalizadas do alto e do baixo, da ascensão e da queda, as quais, em última instância, expõem as almas humanas para o bem e para o mal, deixando à mostra a própria tensão do limiar (o limiar da vida e da morte, da mentira e da verdade, da razão e da loucura).
A travessia pela experiência aterrorizante da doença, da segregação, do confinamento, dos castigos cruéis, do preconceito e do abandono opera nos heróis-ideólogos uma metamorfose, sendo a loucura, ou a consciência da sua existência, caminho para a autoreflexão e o renascimento.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética. A teoria do romance. Tradução de Aurora Fornoni Bernardini et allii. São Paulo: Hucitec e UNESP, 1988.
_____________. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
______________. Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução de Paulo Bezerra. Rio de Janeiro e São Paulo: Forense Universitária, 2005.
Este texto trata da influência dos protogêneros orais sobre o romance pós-modernista, evidenciando as maneiras pelas quais as marcas prototípicas dos gêneros matriciais permanecem no gênero romanesco atualizado, o que se confirma a partir da análise e da identificação de pontos remanescentes de suas raízes histórico-literárias.
Ao analisar a teoria do romance de Mikhail Bakhtin observa-se que o autor apresenta sua visão do gênero romanesco como um dos produtos da evolução dos protótipos orais, com suas características marcantes do folclore popular, do riso e do plurilinguismo. Segundo ele,
[...] o romance se formou e se desenvolveu precisamente nas condições de uma ativação aguçada do plurilinguismo exterior e interior. Este é o seu elemento natural. É por isso que o romance encabeçou o processo de desenvolvimento e renovação da literatura no plano lingüístico e estilístico (BAKHTIN, 1988, p. 405).
Por ser uma mescla híbrida de outros gêneros, a prosa romanesca agregou elementos de unidade, complementaridade e diferenciação pela contribuição dos protogêneros, logrando sobreviver e evoluir como o mais importante de todos os gêneros discursivos.
Um dos protogêneros romanescos, o diálogo socrático não constitui propriamente um gênero retórico, ainda que faça uso de elementos da Retórica, como o debate sobre a verdade. Todavia, ele se desenvolve em base carnavalesco-popular, tendo sido marcado, especialmente em seu estágio oral, por elementos da cosmovisão carnavalesca, em que as inversões e distorções das festas carnavalescas são transpostas para a literatura dentro do processo de carnavalização.
Em sua fase literária, o diálogo socrático se firmou como um gênero confessional ou memorialístico, que consistia de lembranças das palestras de Sócrates segundo uma organização narrativa. O diálogo socrático é, pois, eminentemente dialógico por basear-se na concepção socrática de que a verdade só se pode revelar mediante o confronto pressuposto pelo diálogo. Tal visão revela não haver uma única verdade, acabada, oficial e monológica. O objetivo do gênero era extrair do interlocutor suas visões e opiniões por meio dos procedimentos de anácrise e síncrise, de modo a chegar à culminância do processo de convencimento pela conversão do pensamento em diálogo, predominando, assim, a posição do interlocutor capaz de argumentação mais efetiva.
Do mesmo modo que para o diálogo socrático é mais importante a busca da verdade do que a verdade acabada, também o romance pós-moderno apresenta-se como terreno para a experimentação de verdades, em que o embate de vozes define não apenas o fenômeno do plurilinguismo como o processo de inacabamento.
Já a sátira menipeia, impregnada igualmente da cosmovisão carnavalesca, constitui a raiz histórica propriamente dita, a partir da qual evoluiu a prosa literária européia moderna. Embora não seja considerada como um subproduto genuíno da decomposição do diálogo socrático, a menipeia firma-se como o mais importante protótipo da literatura romanesca moderna, depois que o diálogo socrático perdeu força como gênero.
A cosmovisão carnavalesca da menipeia tem a ver com o substrato de ruptura e renovação da vida do carnaval transposto para todas as esferas do viver e do criar humanos, o que inclui a literatura e seus protótipos. Por conter elementos de transgressão autorizada, além de outros ligados à cosmovisão carnavalesca, a menipeia carrega em si aspectos peculiares da carnavalização, também presentes no romance da pós-modernidade.
Como produto de gêneros em evolução, não há nem uma linguagem nem um estilo únicos no romance. Para Bakhtin (1988, p. 384), “[...] todos estes processos de mudança e renovação da língua nacional refletidos pelo romance não apresentam um caráter linguístico-abstrato: eles são inseparáveis do conflito social e ideológico, do processo de formação e renovação da sociedade e do povo”, o que implicou no desmoronamento do mundo linguístico ptolomaico, de caráter único e fechado, espaço agora ocupado pelo mundo plurilinguístico, galileano e aberto” (Idem, p. 382).
Um dos elementos presentes nos protótipos e no romance contemporâneo é o cotidiano e seus componentes tomados como objeto artístico. Tal característica de familiaridade une o romance pós-modernista à menipeia, onde se vão revelar, por meio do confronto de vozes, realidades individuais e sociais subvertidas.
Tanto no diálogo socrático como na menipeia, e também no romance pós-modernista, o homem se revela na profundidade de sua personalidade e de seu pensamento, buscando persuadir e provar sua “verdade”, ainda que esta seja uma verdade “às avessas”. Ao lado do elemento absurdo-cômico presente nos protogêneros, existe o riso abafado do romance atual, no qual se observa, paradoxalmente, a presença do aspecto místico-religioso, em que muitas vezes se podem observar os chamados “personagens no limiar”, que convivem neuroticamente em ambientes movediços como eles próprios, e nos quais nada é o que aparenta ser. Nesses gêneros o enredo se constroi, portanto, a partir de situações extraordinárias, em ambientes habitados por indivíduos em confronto e tensão, equilibrando-se na fronteira tênue que separa sanidade e loucura.
Vale lembrar que o diálogo socrático foi a matriz responsável pela introdução na literatura européia da figura do herói-ideólogo, comum posteriormente também à sátira menipéia, e que permanece no romance da pós-modernidade. Os heróis-ideólogos são as personagens que, no romance pós-modernista, buscam a verdade, chegando, durante e ao final do processo, à tomada de consciência em relação a si mesmas e à realidade circundante, emergindo transformadas da realidade caótica que lograram enfrentar.
Assim, a experimentação de planos opostos configura a possibilidade de abertura para a regeneração: no meio do caos e do sofrimento pode-se entrever a fresta de luz capaz de revelar um novo homem e uma nova vida, purificados ambos do mal. Tal processo de renovação presente na menipeia e no romance da contemporaneidade é revelador da cosmovisão carnavalesca dos dois gêneros, segundo a qual, vida e morte, aniquilação e renascimento cumprem um ciclo obrigatório. Sobre esse processo de carnavalização, fala Bakhtin (1988, p. 316): “Era preciso contrapor ao escatologismo um tempo produtivamente fértil, um tempo medido pela construção, pelo crescimento, e não pela destruição.” O inferno carnavalizado e o posterior renascimento têm, portanto, uma função artístico-ideológica, característica do cronotopo da crise e da mudança de vida, também chamado de cronotopo da soleira ou do limiar. Ainda segundo o autor:
[...] rompem-se (ou pelo menos se debilitam por um instante) as “cordas podres” da mentira oficial e individual e revelam-se as almas humanas, horríveis como no inferno ou, ao contrário, radiantes e puras. Por um instante as pessoas se vêem fora das condições habituais de vida, como na praça pública carnavalesca ou no inferno, e então se revela um outro sentido – mais autêntico – delas mesmas e das relações entre elas (BAKHTIN, 2005, p. 146, grifo do autor).
Como na menipeia, o romance moderno é marcado por uma politonalidade narrativa, em que o sério, o cômico, o irônico, o sublime e o vulgar mesclam-se alternada ou simultaneamente. É também nesse protótipo que aparece pela primeira vez, segundo Bakhtin, (2005, p. 116-117), “[...] aquilo a que podemos chamar experimentação moral e psicológica, ou seja, a representação de inusitados estados psicológico-morais anormais do homem – toda espécie de loucura (“temática maníaca”), da dupla personalidade, do devaneio incontido, de sonhos extraordinários, de paixões limítrofes com a loucura”. É de se notar que tanto na menipeia como no romance coincidem, segundo o teórico russo, “[...] as cenas de escândalos, de comportamentos excêntricos, de discursos e declarações inoportunas, ou seja, as diversas violações da marcha universalmente aceita e comum dos acontecimentos, das normas comportamentais estabelecidas e da etiqueta, incluindo-se aí também as violações do discurso” (Idem, p. 117).
Outra das características comuns é a presença de gêneros intercalados, como o discurso paródico da ciência além dos diálogos entre textos bíblicos originais e seus contrapontos dessacralizados. Para Bakhtin, (2005, p. 115, grifo do autor), é a menipeia o gênero das “últimas questões”, as mesmas que conduzem a uma nova visão dos indivíduos e à destruição da integridade e da perfeição humanas, terreno no qual dialogam o homem e a sua consciência.
Tanto nos protótipos como no romance atual, pela vivência de situações que violam o curso natural dos acontecimentos e das normas de conduta, convivem múltiplas e opostas visões de mundo, de pensamentos e verdades, o que justifica os contrastes agudos e os oxímoros reveladores das posições instáveis dos sujeitos bem como as transformações inesperadas, as expressões carnavalizadas do alto e do baixo, da ascensão e da queda, as quais, em última instância, expõem as almas humanas para o bem e para o mal, deixando à mostra a própria tensão do limiar (o limiar da vida e da morte, da mentira e da verdade, da razão e da loucura).
A travessia pela experiência aterrorizante da doença, da segregação, do confinamento, dos castigos cruéis, do preconceito e do abandono opera nos heróis-ideólogos uma metamorfose, sendo a loucura, ou a consciência da sua existência, caminho para a autoreflexão e o renascimento.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética. A teoria do romance. Tradução de Aurora Fornoni Bernardini et allii. São Paulo: Hucitec e UNESP, 1988.
_____________. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
______________. Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução de Paulo Bezerra. Rio de Janeiro e São Paulo: Forense Universitária, 2005.
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