Larissa Picinato Mazuchelli
O estudo de fenômenos relacionados à escrita tem sido motivo de inquietação desde meu ingresso no curso de graduação em Lingüística, o que me levou, inclusive, a querer refletir sobre o processo de aquisição de escrita, cujo resultado foi um trabalho de iniciação cientifica.
O trabalho teve por objetivo estudar a emergência dos recursos de predicação no contexto da história individual da aquisição de escrita de um sujeito e baseou-se em dados de um corpus longitudinal2, por meio do qual analisamos o caminho da predicação de um sujeito na emergência de seu estilo, como forma de manifestação de seu querer-dizer (BAKHTIN, 1953).
Os dados foram analisados a partir de procedimentos que, em detrimento do quantitativo e da construção de hipóteses universais, encontraram no paradigma indiciário (GINZBURG, 1986) um caminho para uma melhor compreensão da emergência de uma marca de estilo. Essa valorização do individual no processo de aquisição de escrita contribuiu significativamente para o enriquecimento da reflexão desse fenômeno envolvido no processo de construção da subjetividade do sujeito.
A reflexão realizada tornou-se ainda mais rica e relevante a partir das concepções bakhtinianas de enunciado, gênero do discurso e estilo, já que o estilo está, para Bakhtin, indissociavelmente ligado ao enunciado e às suas formas típicas, ou seja, aos gêneros do discurso, refletindo, inclusive, as escolhas individuais do falante.
Em outras palavras, o estilo pode ser tido como objeto de estudo individual, mas somente quando levado em consideração a natureza do gênero discursivo e, por conseguinte, a natureza do enunciado e a situação em que fora produzido, já que refletem não somente os campos da atividade humana, mas as mudanças que transformam a vida social, como o processo de aquisição da linguagem escrita.
Bibliografia
ABAURRE, M.B.M.; FIAD, R.S.; MAYRINK-SABINSON, M. L. T. (1997). Cenas de Aquisição da Escrita: O Trabalho do Sujeito Com O Texto. Campinas: Mercado de Letras.
_____________(1994) Indícios das Primeiras Operações de Reelaboração nos Textos Infantis. In: Estudos Lingüísticos XXIII Anais de Seminários do Gel, São Paulo, SP
BAKHTIN, M. M.(1953). Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992
GINZBURG, C. (1939). Sinais: Raízes de um paradigma indiciário. In: Mitos, emblemas e sinais. São Paulo: Companhia das Letras, 1989
O estudo de fenômenos relacionados à escrita tem sido motivo de inquietação desde meu ingresso no curso de graduação em Lingüística, o que me levou, inclusive, a querer refletir sobre o processo de aquisição de escrita, cujo resultado foi um trabalho de iniciação cientifica.
O trabalho teve por objetivo estudar a emergência dos recursos de predicação no contexto da história individual da aquisição de escrita de um sujeito e baseou-se em dados de um corpus longitudinal2, por meio do qual analisamos o caminho da predicação de um sujeito na emergência de seu estilo, como forma de manifestação de seu querer-dizer (BAKHTIN, 1953).
Os dados foram analisados a partir de procedimentos que, em detrimento do quantitativo e da construção de hipóteses universais, encontraram no paradigma indiciário (GINZBURG, 1986) um caminho para uma melhor compreensão da emergência de uma marca de estilo. Essa valorização do individual no processo de aquisição de escrita contribuiu significativamente para o enriquecimento da reflexão desse fenômeno envolvido no processo de construção da subjetividade do sujeito.
A reflexão realizada tornou-se ainda mais rica e relevante a partir das concepções bakhtinianas de enunciado, gênero do discurso e estilo, já que o estilo está, para Bakhtin, indissociavelmente ligado ao enunciado e às suas formas típicas, ou seja, aos gêneros do discurso, refletindo, inclusive, as escolhas individuais do falante.
Em outras palavras, o estilo pode ser tido como objeto de estudo individual, mas somente quando levado em consideração a natureza do gênero discursivo e, por conseguinte, a natureza do enunciado e a situação em que fora produzido, já que refletem não somente os campos da atividade humana, mas as mudanças que transformam a vida social, como o processo de aquisição da linguagem escrita.
Bibliografia
ABAURRE, M.B.M.; FIAD, R.S.; MAYRINK-SABINSON, M. L. T. (1997). Cenas de Aquisição da Escrita: O Trabalho do Sujeito Com O Texto. Campinas: Mercado de Letras.
_____________(1994) Indícios das Primeiras Operações de Reelaboração nos Textos Infantis. In: Estudos Lingüísticos XXIII Anais de Seminários do Gel, São Paulo, SP
BAKHTIN, M. M.(1953). Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992
GINZBURG, C. (1939). Sinais: Raízes de um paradigma indiciário. In: Mitos, emblemas e sinais. São Paulo: Companhia das Letras, 1989
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